Equívocos mais comuns em relação ao Método McKenzie® de Diagnóstico e Terapia Mecânica® (MDT)
Há muitos equívocos relacionados com o MDT, vários deles listados abaixo:
Vamos discutir cada uma dessas questões separadamente para melhor retratar o que é o MDT:
MDT não é só uma série de exercícios
Embora os exercícios sejam importantes, o MDT é, antes de tudo, um processo de avaliação e um algoritmo para a classificação de distúrbios musculoesqueléticos. O terapeuta colhe pistas da história sobre o efeito de movimentos e posições do dia-a-dia nos sintomas. Durante a história, o terapeuta começa a formular um diagnóstico diferencial. Primeiro, investiga se é um problema com influência mecânica, e qual a contribuição de fatores psicossociais, de comorbidades e de alterações neurofisiológicas. Segundo, se tem um comportamento mecânico com padrões conhecidos, estabelece um provável diagnóstico: Derangement, Disfunction, Postural ou outra classificação. O exame físico, que inclui uma série de estratégias de carga, confirma ou refuta o diagnóstico proposto ao final da história.
MDT não é só Derangement
Embora muito comum, a Derangement Syndrome não é a única. As outras duas síndromes – Dysfunction e Postural – são entidades clínicas importantes. E, além destas, outras condições clínicas podem ser identificadas e abordadas pelo terapeuta certificado em MDT. Incluem estenose, dor crônica, articulação sacroilíaca, radiculopatia que não responde mecanicamente, trauma/trauma em recuperação e pós-cirúrgico.
MDT não é só extensão
Embora extensão seja uma direção frequente de tratamento, todas as direções de movimento são consideradas, tanto na avaliação, quanto no tratamento. A direção de exercício utilizada no tratamento é dependente da resposta sintomática e mecânica aos movimentos repetidos e posições mantidas durante o processo de avaliação.
MDT não é só disco intervertebral
Embora o modelo discal possa explicar a Derangement Syndrome na coluna, a fonte real da maioria das dores lombares não é conhecida. É necessário enfatizar que o MDT não se baseia em diagnóstico patoanatômico, mas em um consistente sistema de classificação, baseado na resposta sintomática e mecânica a movimentos repetidos; e é essa resposta que guia o terapeuta na identificação da estratégia adequada de tratamento.
MDT não é só exercícios repetidos na amplitude final
Posições mantidas e movimentos na amplitude média são também parte do espectro da progressão de forças e de alternativas de força.
MDT não ignora aspectos psicossociais
Na verdade, com a ênfase na educação e capacitação do paciente, o MDT é um forte sistema de manuseio clínico biopsicossocial. Terapeutas certificados em MDT estão aptos a reconhecer fatores psicossociais, incluindo comportamentos de cinesiofobia, baixa autoeficácia e preferência por terapias passivas.
MDT não exclui terapia manual
Embora não se utilize inicialmente terapia manual, mobilização e manipulação são parte do espectro da progressão de forças. O MDT focaliza primariamente a educação e o autotratamento para reduzir a dependência do terapeuta e capacitar o paciente para controlar os seus sintomas. Quando o paciente estabiliza com o autotratamento, utilizam-se técnicas manuais, como mobilização, como parte da progressão de forças. Entretanto, as técnicas manuais somente são utilizadas para aumentar a eficácia do autotratamento.
MDT não é só para a coluna
Os conceitos de avaliação e classificação podem ser aplicados com sucesso também nas articulações periféricas e essa aplicação tem recebido suporte crescente na literatura.
Resumidamente, o Método McKenzie de Diagnóstico e Terapia Mecânica (MDT) é um sistema biopsicossocial de avaliação e cuidado musculoesquelético, que enfatiza a capacitação do paciente e o autotratamento. É um protocolo baseado em evidências, que procura diferenciar entre fontes mecânicas e não mecânicas de dor e limitação funcional, através da avaliação de mudanças sintomáticas e mecânicas resultantes de movimentos repetidos na amplitude final e posições mantidas. Pode ser aplicado em condições agudas, subagudas e crônicas da coluna vertebral e das extremidades.